terça-feira, 23 de outubro de 2012

nada, nadica de nada.

um bom motivo para escrever, ultimamente, tem sido a belíssima inspiração vinda do interior das pessoas que me cobram por textos. o que quer dizer, automaticamente, que qualquer coisa que saia da minha nada fértil mente vai, invariavelmente, ser inútil, sem nexo, prolixa e, claro, de péssima qualidade. fiquei uns vinte minutos, aproximadamente, e com uma dose de exagero, tentando pensar em algo para escrever. procurei alguns bons textos antigos e me lembrei que, via piti de ex-namorado, foram deletados do blog, dos arquivos e de minha memória descritiva. ou seja, não me resta nada. nenhum assunto. nenhum sarcasmo cruel. nenhuma ironia profundamente bem aplicada. nenhuma frase com a qual eu possa criar algum tipo de impacto. [...] em outras palavras, FODEU!

Me valeu o dia...

um dia comum, abrir o google chrome, digitar www.gmail.com. nome de usuário, senha... carregar e começar a ler a interminável lista de e-mails na caixa de entrada. como eles se multiplicam assim, da noite pro dia? facebook, nutrição on-line, periódicos, groupon, click-on, decolar.com, booking.com, e-mails pessoais e... AQUELE remetente. o coração pára por uns 2 segundos e volta a bater meio descompassado, o ar não entra nem sai, o corpo inteiro arrepia, um frio queima a coluna de baixo a cima. abrir aquela mensagem, aquela pequena mensagem, enviada pelo celular, de apenas uma linha, me valeu o dia.... me deu um motivo [totalmente sem motivo] pra simplesmente sorrir a troco de nada, pra ter esperanças. um motivo para esperar - e torcer para que deus queira o mesmo que eu. porque poucas coisas no mundo preenchem tanto um dia vazio quanto a esperança de um reencontro. #mevaleuodia

Amores Parisienses

Amores parisienses não deveriam fazer parte da vida real. Realmente, Paris não pertence ao mundo real. Quem dirá, então, os amores de lá. O amor de Paris é, incondicionalmente, romântico, ainda que ele esteja de tênis, camiseta, bermuda. E ainda que você, mulher, esteja com uma botinha masculina confortável pra aguentar o tranco, roupas horríveis e, claro, extremamente suada pelo verão europeu de 18h de sol. O amor parisiense é, sem dúvida, inesquecível. Você pode vivê-lo em horas ou dias, não mais que uma semana. E horas essas que certamente ficarão guardadas na lembrança algo como que eternamente. Ele pode ser mais velho, mais novo, gordinho, magrinho, não ter absolutamente nada que combine com você na sua vida, mas, em Paris, ele certamente será sua cara-metade. ... Caminhe com ele pelo centro histórico de Paris, suba a Torre Eifell até o topo [ainda que tenha medo de elevador, garanto que vale a pena], tome lá uma boa taça de uma excelente champagne. Deite na grama ao lado dele nos jardins de Luxemburgo e, principalmente, vá a Versailles [ahhh, Versailles...]. Aproveite cada curto e interminável segundo porque, certamente, deverá ser o último. E, quando vocês se despedirem, me dê o direito de interferir na despedida: que ela não seja breve, que seja eterna, mesmo que dure poucos minutos. Que vocês passem o restinho de noite mais lindo possível até o metrô fechar. E quando se olharem pela última vez, que fotografem aquele momento dentro de si. Porque um amor parisiense merece, sim, um pôster no quarto. Não troquem e-mails, facebook, telefones. Ou, se trocarem, mantenham algum contato superficial. Nada que desperte muito interesse posteriormente. E, se por algum acaso, ele for do mesmo país que você, seja justa: não queira encontrá-lo depois. Não deixe que a vida real destrua um amor parisiense... porque Paris sabe o que faz com o coração e a vida das pessoas... e o mundo real não consegue lidar com isso. [24 de julho de 2012]